GÊNERO TEXTUAL: ENTREVISTA
Fonte: https://desenhos.band.uol.com.br/entrevista-exclusiva/
Entrevista é um diálogo entre duas ou mais pessoas: entrevistador (es) e entrevistado (s). O principal objetivo é extrair declarações e informações sobre determinado assunto. Elas são muito utilizadas pelos jornais, sites, revistas, rádios e tvs, com o intuito de passar um conhecimento para a população. Além da jornalística, existe também a entrevista de emprego, a social, a psicológica, entre outras. De maneira geral, têm grande importância para a sociedade por possibilitar à população o conhecimento sobre fatos e assuntos por meio de profissionais que apuram os detalhes e os apresentam de forma completa e precisa.
Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/
A entrevista na mídia
Características da Entrevista
● a oralidade, pois se trata de um diálogo;
● o discurso direto, porque, na maioria das vezes, o diálogo é transcrito exatamente como foi conversado;
● texto informativo e/ou opinativo;
● mescla de linguagem formal e informal;
● nas entrevistas escritas, utilização de muitos sinais de pontuação, como travessão, aspas, reticências, interrogação, parênteses, em alguns casos até detalhando aspectos do entrevistado, como emoções, lágrimas e risos.
O que considerar para a escrita de uma boa entrevista?
● ESCOLHA DO TEMA – Deve ter relevância em uma dessas áreas: artística, cultural, científica, política ou religiosa.
● ELABORAÇÃO DE ROTEIRO - Feita a escolha do tema e do entrevistado, é muito importante a elaboração de um roteiro de forma que o entrevistador o tenha em mãos na hora da entrevista. O roteiro deverá ter um objetivo claro e ser apresentado em formas de perguntas.
● TÍTULO – Não obrigatório. Delimitando o tema proposto, seduz o leitor à leitura, pois antecipa o tema a ser tratado.
● REVISÃO – Fase em que se analisa toda a informação colhida e a organiza para ser transmitida, seja de forma oral ou escrita.
Exemplo: Entrevista com Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica
Criada há mais de 50 anos, a Turma da Mônica vai enfim virar gente de verdade. Depois de estampar tirinhas diárias em jornais e páginas de gibis publicados em 29 países, de estrelar desenhos animados, espetáculos teatrais, jogos e até aplicativos para celular, os personagens que o cartunista Mauricio de Sousa criou a partir de sua filha e dos amiguinhos dela serão interpretados por crianças de carne e osso. Em 2018, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali voltarão ao cinema no filme “Laços”. (…) Aos 81 anos, Mauricio de Sousa destaca na entrevista a seguir o sucesso global de suas criações, fala de uma iniciativa para ajudar filhos brasileiros de decasséguis a se ambientar melhor no Japão e lamenta a criação de barreiras entre países.
Revista – Por que colocar crianças de verdade nos papéis da Turma da Mônica pela primeira vez num filme?
Mauricio de Sousa – Estamos ousando. Fui convencido de que agora temos capacidade e boas condições de encarar esse desafio. Podemos treinar os cãezinhos e cuidar bem da criançada que vai trabalhar no filme. Queremos um filme alegre, que
inspire e que marque época.
Revista – Como será a escolha dos atores?
Mauricio de Sousa – Logicamente vamos buscar crianças com as características físicas mais parecidas com as personagens, mas vamos atrás de talento. (…)
Revista – A Turma da Mônica é imune à crise?
Mauricio de Sousa – Nós temos 10 milhões de leitores permanentes no Brasil. Isso vem se mantendo de forma constante ao longo dos anos. Entra crise, sai crise, a gente continua vendendo milhões. (…)
Revista – Antes do YouTube, suas histórias em quadrinhos circulavam em quase trinta países. Quais adaptações precisaram ser feitas para atender às diferentes culturas?
Mauricio de Sousa – Pouca coisa. Por exemplo, na Indonésia, quando a Mônica e a Magali iam à praia, tinham de usar um maiô inteiriço e não biquíni. Há países em que o Bidú (cachorro) não pode fazer xixi no poste, senão a editora é multada. Na Grécia, os meninos não podem de jeito nenhum assobiar para uma menina na rua. A gente vai aprendendo o que é mico e faz o que é permitido.
Revista – E no Brasil, de que forma as características das personagens se adequaram aos novos tempos?
Mauricio de Sousa – No começo a Mônica era um pouquinho mais violenta, dava umas pegadas mais doloridas na turminha. Uma criança de Brasília nos escreveu dizendo que se ela continuasse batendo daquele jeito no Cebolinha, ele não compraria mais a revista. Aquilo tocou o estúdio todo. Acompanhamos o que acontece.
Revista – Vivemos um momento de intolerância também no Brasil. De que forma sua atuação pode despertar nas novas gerações uma maior aceitação do outro?
Mauricio de Sousa – Fazendo um trabalho que mostre o contrário: que tolerância, solidariedade, respeito sejam vistas de forma positiva e que trazem felicidade.(…)
Fonte: https://istoe.com.br/o-mundo-precisa-de-mais-turmas-da-monica/adaptada
ATIVIDADE
1. Quem é o entrevistador e quem é o entrevistado no texto acima?
2. Por que Mauricio de Sousa decidiu colocar crianças de verdade nos papéis da Turma da Mônica em um filme que será lançado em 2018?
3. Explique quais adaptações precisaram ser feitas para atender às diferentes culturas nos países onde o gibi da Turma da Mônica é veiculado?
4. De acordo com o texto, explique de que forma as características das personagens se adequaram aos novos tempos no Brasil.
5. Diante de tanta intolerância ocorrida no Brasil e no mundo, como Mauricio de Sousa, pretende despertar nas novas gerações uma maior aceitação do outro?
Leia a entrevista abaixo:
Anderson da Silva trilhou um longo caminho até se tornar um ídolo. Nascido em São Paulo em 14 de abril de 1975, teve de lidar cedo com a separação dos pais. Sem condições financeiras de criá-lo, a mãe e a avó o deixaram aos cuidados de Edith, tia e madrinha, que ele trata como mãe, em Curitiba, para onde se mudou aos 4 anos.
(...) E, drogas, já te ofereceram? Nunca.
Quando você era jovem, deve ter conhecido muita gente que devia estar envolvida…
Tive vários amigos que usavam drogas, fui em várias festas em que amigos estavam usando. Mulheres e homens usando drogas. Meus amigos de verdade nunca me ofereceram.
Você nunca experimentou nem um baseado? Nunca. Nunca coloquei um cigarro na minha boca. A única coisa que experimentei foi bebida alcoólica. Eu não curto, não gosto. Sou totalmente careta.
Você descreve um episódio no livro, uma experiência sua com o racismo... [Interrompendo.] Na verdade foi um choque.
Foi a sua primeira experiência? Não. Minha irmã sofreu um ato de racismo na escola. Eu era muito pequeno, mas aquilo ficou bem claro na minha mente. Lembro que meus tios sentaram com a gente em casa e conversaram sobre o assunto. Minha irmã foi para a escola, e os amiguinhos falaram: “Ah, vamos pintar ela de branco”. Pegaram um giz e começaram a passar nela. Minha irmã de criação.
Fonte: clubalfa.abril.com.br/esportes
6. O texto que introduz a entrevista tem como finalidade:
( ) apresentar a situação financeira do entrevistado.
( ) listar todos os parentes próximos do entrevistado.
( ) apresentar dados gerais sobre a vida do entrevistado.
7. Por que Anderson Silva se declara “careta”?
8. A frase “Ah, vamos pintar ela de branco” aparece entre aspas na entrevista para reproduzir a fala:
a) dos amiguinhos da escola.
b) da irmã do entrevistado.
c) do entrevistado.
d) do entrevistador.
e) dos tios do entrevistado.
QUESTÕES ENEM
TEXTO I
Entrevistadora – eu vou conversar aqui com a professora A. D. … o português então não é uma língua difícil?
Professora – olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina que você já fala ao chegar na escola se o teu professor cativa você a ler obras da literatura… obras da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
TEXTO II
Entrevistadora – Vou conversar com a professora A. D. O português é uma língua difícil? Professora – Não, se você parte do princípio que a língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).
9. O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos:
a) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações.
b) são modelos de emprego de regras gramaticais.
c) são exemplos de uso não planejado da língua.
d) apresentam marcas da linguagem literária.
e) são amostras do português culto urbano.
[…] Pergunta: A população carcerária no Brasil não para de crescer. Estamos enxugando gelo? Resposta: Como a sociedade age? É preciso ter alguma repressão ao crime. Senão vira uma tragédia social, ninguém sai de casa. Só que precisamos estar conscientes de que a repressão não reduz a criminalidade. É uma guerra perdida. […] É preciso que a sociedade reflita: estamos prendendo pessoas que têm que ser presas? Crimes que não são violentos devem ser punidos com prisão? […]
P. Se prender não é a solução, como se resolve esse problema?
R. Quer atacar o problema da violência? Tem que ir lá atrás. Três condições aumentam o risco de violência. Por que ela se dissemina nas classes mais pobres? Porque lá estão os fatores de risco. São as crianças que sofreram abuso na infância ou tiveram uma infância abandonada. Que na adolescência não tiveram imposição de limites ou conviveram com outros mais violentos. É a condição de milhões de brasileiros. É de estranhar que não tenhamos mais gente ainda envolvida com o crime.
ROSSI, Marina; ALESSI, Gil. Drauzio Varella: “O único lugar em que a mulher tem liberdade sexual é na cadeia”. El País, 9 jul. 2017.
10. Na entrevista de que foi extraído o fragmento anterior, o médico Drauzio Varella relata algumas de suas experiências em presídios brasileiros bem como suas impressões e julgamentos acerca do sistema prisional brasileiro. A dinâmica da interlocução, em torno da qual se centra esse gênero textual, fica evidente em uma série de elementos, entre eles:
a) o aproveitamento de um elemento da resposta para a próxima pergunta.
b) as perguntas proferidas nas duas respostas do entrevistado.
c) a seleção de expressões idiomáticas, tais como “enxugando gelo”.
d) a presença de marcas de oralidade nas falas dos interlocutores.
e) a descrição de gestos e trejeitos do entrevistado, notados pelo jornalista.
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